Os registros de negociações com títulos do Tesouro Americano pelo Industrial & Commercial Bank of China tiveram que ser transferidos de Manhattan para um pendrive e transferidos para o maior banco do mundo, localizado em Wall Street, após um ataque cibernético que impossibilitou a liquidação de algumas das transações. Foi necessário enviar as informações por empregados do banco com o intuito de prevenir danos ainda maiores.
Esta estratégia alternativa foi adotada após um ataque hacker ter forçado as corretoras e bancos a redirecionarem suas transações. Tudo indica que o sistema foi invadido pelo grupo criminoso Lockbit, que possui laços com a Rússia e já realizou ataques à Boeing e aos correios do Reino Unido.
Esse incidente evidencia os perigos admitidos pelos líderes do setor financeiro.
“A segurança cibernética tem que ser levada a sério”, Marcus Murray, fundador da TrueSec, empresa sueca de segurança, foi um dos que compartilhou sua opinião sobre o ataque.
Funcionários do banco em Pequim tiveram reuniões urgentes com a delegacia nos EUA para discutir os próximos passos e avaliar o dano. O ICBC confirmou o ataque de ransomware e que foi obrigado a interromper alguns sistemas de sua unidade de serviços financeiros. Eles asseguram que os sistemas afetados já foram isolados.
A extensão dos impactos ainda não estão claros, no entanto, participantes do mercado de títulos relataram que a liquidez foi afetada e que a Sifma realizou teleconferências com membros sobre o assunto.
Há oito meses, a ION Trading UK, que presta serviços a operadores de derivativos, sofreu um ataque de ransomware que paralisou o mercado financeiro.
Os ataques de ransomware podem atingir níveis recordes este ano, com um aumento de 95% nos primeiros nove meses em comparação ao ano anterior. A Chainalysis registrou cerca de US$ 500 milhões em pagamentos até o final de setembro, um aumento de quase 50% em relação ao período anterior.
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