Analistas afirmam que erro contábil do Magalu é apenas um ‘ruído’ e não se compara ao da Americanas

Inesperadamente, Magazine Luiza chocou o mercado ao revelar “incorreções” em sua contabilidade na noite de segunda-feira (13), juntamente com a decepcionante repercussão do balanço considerado fraco no 3º trimestre. Isso resultou em um movimento de queda das ações MGLU3 nesta terça-feira (14). No entanto, especialistas consideram o caso como apenas “ruído” e não tão dramático quanto o escândalo das Americanas no início do ano, estabelecendo uma comparação entre as duas situações.

A empresa comunicou que as incorreções estavam relacionadas a lançamentos contábeis de bonificações a fornecedores, resultando na reapresentação das demonstrações financeiras da companhia. Além disso, a empresa informou que obteve um lucro líquido de R$ 331 milhões no 3º trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 190 milhões no mesmo período do ano anterior. No entanto, sem considerar esse efeito, a empresa sofreu um prejuízo líquido de R$ 143,4 milhões, uma melhora de 15% em relação ao ano anterior.

Após uma denúncia anônima, a empresa realizou investigações internas em março deste ano, resultando na identificação das incorreções, o que levou à correção dos lançamentos contábeis correspondentes. O impacto das incorreções no patrimônio líquido foi de R$ 322 milhões, com uma redução acumulada de R$ 829 milhões.

A notícia teve um impacto negativo entre os acionistas da empresa, com pedidos de suspensão imediata da companhia do Novo Mercado na B3 e dos índices que integra. Comparações com o caso das Americanas foram feitas, mas especialistas consideram as situações muito diferentes.

O caso levantou dúvidas sobre os números da empresa, gerando incertezas entre os investidores. Porém, os especialistas ressaltam que a situação não é tão preocupante e que o impacto no caixa já passou. Além disso, destacam que o caso de Magazine Luiza difere do de Americanas, principalmente em relação à magnitude e à natureza dos incidentes.

Apesar disso, o setor de varejo no Brasil está em um momento delicado, com um crescimento sustentado pelo consumo de bens não duráveis. No entanto, a expectativa é que a queda da Selic tenha efeitos positivos sobre as varejistas, principalmente Magazine Luiza. A empresa se mostra mais confortável em comparação com outras, como Casas Bahia, que está passando por um processo de recuperação.

Magazine Luiza, apesar das dificuldades, apresentou um bom volume de vendas em comparação com suas concorrentes, o que a coloca em uma posição mais favorável. Considerando as características de cada empresa e o cenário atual, a avaliação é mais positiva para Magazine Luiza do que para as demais varejistas.