Peronistas desafiam pesquisas e a Bolsa na Argentina desaba, segundo Merval

O mercado sul-americano nesta segunda-feira (23) apresenta um fator adicional em relação aos ativos de risco. Enquanto os investidores globais estão preocupados com as incertezas geopolíticas no Oriente Médio e a possibilidade de juros mais altos nos EUA, os latino-americanos estão repercutindo as eleições na Argentina. O resultado foi uma surpresa, contrariando as primárias argentinas e as pesquisas eleitorais. Sergio Massa, candidato da situação indicado pela coalizão peronista, superou o favorito Javier Milei, candidato de ultradireita. Agora, os dois irão para um segundo turno em 19 de novembro. Desde 1995, quando o sistema atual foi adotado, apenas uma eleição na Argentina foi decidida em segundo turno. A resiliência do “peronismo” chamou a atenção, garantindo quase 2 milhões de votos a mais. Com isso, espera-se que os ativos argentinos continuem voláteis. O dólar paralelo está sendo negociado cerca de 150% acima da cotação oficial, e o índice S&P Merval da Bolsa de Buenos Aires abriu em queda. Analistas avaliam que a incerteza política pode dificultar a superação das instabilidades internas e a recuperação econômica do país. A inflação na Argentina atingiu o maior nível desde 2014, chegando a 12,7% em setembro, e o próximo presidente enfrentará um ambiente econômico desafiador. Os resultados do segundo turno são imprevisíveis, mantendo os ativos argentinos sob pressão. O impacto das eleições na Argentina no Brasil deve ser limitado, uma vez que nenhum dos candidatos deve mudar significativamente a política com os países vizinhos no curto prazo. Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.