Os brasileiros estão vivendo um fenômeno curioso: mais de R$ 9 bilhões estão catalogados como “dinheiro esquecido” em bancos, consórcios e instituições financeiras, de acordo com dados do Banco Central (BC). Essa quantia extraordinária inclui cerca de R$ 6,9 bilhões pertencentes a aproximadamente 46 milhões de pessoas físicas e R$ 2 bilhões relacionados a mais de 4 milhões de empresas. É notável que, entre essas pessoas, quase um milhão possui quantias acima de R$ 1.000 a serem resgatadas. O que poderia significar esse montante para aqueles que são os verdadeiros donos? E mais importante, o que pode ser feito para evitar que esse dinheiro permaneça “esquecido” e, consequentemente, não gere qualquer benefício?
Valores a receber: o que fazer com o dinheiro esquecido?
Resgatar esse dinheiro não é apenas uma questão de saúde financeira, mas também de oportunidades para crescimento e investimentos futuros. Em um contexto onde muitos brasileiros ainda lutam para estabilizar suas finanças pessoais, trazer esse capital de volta à circulação pode ter um impacto significativo tanto para os indivíduos quanto para a economia em geral.
A Importância de Resgatar Valores Esquecidos
Talvez você esteja se perguntando o que pode ser feito com esse dinheiro, ou por que ele deve ser resgatado. Deixar valores esquecidos em instituições financeiras significa abrir mão de oportunidades valiosas. Na sua essência, cada quantia que fica parada significa um potencial que não está sendo utilizado, e isso pode nos levar a uma reflexão mais profunda sobre finanças pessoais.
Um argumento convincente para o resgate é a aplicação das quantias resgatadas. No Brasil, com a taxa Selic situada em 11,75% ao ano, essa quantia esquecida— mesmo que pareça pequena no início— pode render um retorno significativo. Por exemplo, R$ 1.000 aplicados a essa taxa podem se transformar em aproximadamente R$ 117,50 num período de um ano e mais de R$ 700 ao longo de cinco anos, considerando juros compostos. Isso mostra que é mais do que apenas uma questão financeira; é uma questão de trazer suas finanças sob controle.
Possibilidades de Investimento
Após resgatar esse dinheiro, o próximo passo é decidir onde investir. A escolha do investimento deve ser feita de acordo com o perfil de risco do investidor, o valor resgatado e o prazo desejado. Para muitos, isso se torna uma oportunidade de aprender mais sobre investimentos e de finalmente colocar em prática experiências que podem ter sido apenas uma teoria até o momento.
Para aqueles que têm valores menores – a maioria das contas possui menos de R$10,00 – a situação pode parecer inibidora, mas existem outras opções. Por exemplo, cerca de um milhão de brasileiros têm quantias a receber acima de R$ 1.000, e esses indivíduos têm acesso a melhores possibilidades de investimento.
Curto Prazo (Até 2 anos): É uma faixa temporal em que liquidez e segurança devem ser priorizadas. Opções como Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de liquidez diária e Tesouro Selic, que oferece segurança e acesso rápido ao dinheiro, podem ser ideais.
Médio Prazo (De 3 a 5 anos): Para aqueles que têm metas específicas durante este intervalo, como comprar um carro ou viajar, considerar CDBs com vencimento e Tesouro IPCA+ é uma opção sensata. Esses investimentos geralmente oferecem rendimentos superiores à poupança com um risco controlado.
- Longo Prazo (Acima de 5 anos): Para projetos mais ambiciosos, como aposentadoria ou investimento na educação dos filhos, é válido considerar fundos de previdência (PGBL/VGBL), ações e fundos multimercado. Esses investimentos não apenas prometem retorno maior, mas também oferecem benefícios fiscais.
O que acontece se o dinheiro não for sacado?
Se você optar por não resgatar esse montante, as consequências são severas: ele será incorporado ao Tesouro Nacional. Apesar de existir a possibilidade de contestação ou ação judicial para reaver esses valores, o processo pode ser longo e cheio de burocracias. Em outras palavras, o melhor caminho é sempre salvaguardar os seus recursos, independentemente do valor.
Roberto Lima Campos, um contador especializado em planejamento patrimonial, salienta a importância do resgate: “Mesmo que o valor pareça pequeno, resgatá-lo e investi-lo pode ser o primeiro passo para construir uma base financeira sólida”. Esta é uma oportunidade até mesmo para quem ainda não tem uma cultura de investimentos: criar investimento com uma quantia que seria esquecida é, sem dúvida, uma maneira de fazer dinheiro trabalhar para você.
Sem Data Definida para Resgate
Embora o Congresso tenha autorizado a coleta dos valores esquecidos em 2024, o Ministério da Fazenda ainda não iniciou esse processo. Portanto, todos aqueles que possuem quantias a receber ainda têm a chance de solicitar o resgate. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, reforçou que as normas do Banco Central permanecem válidas: “Os saques ainda estão permitidos”. É importante que os brasileiros se mantenham informados sobre essas oportunidades e não deixem seu dinheiro parado, já que o governo ainda não implementou essa nova regra.
Como Verificar se Há Valores a Receber
O primeiro passo para saber se você possui valores a receber é visitar o site: valoresareceber.bcb.gov.br. Este é o único canal oficial para consultar e solicitar a devolução de recursos, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, incluindo aqueles de falecidos. O sistema do Banco Central requer que o solicitante informe uma chave PIX para o recebimento. Caso a pessoa não tenha uma chave cadastrada, será necessário contatar diretamente a instituição devedora.
Importante ressaltar que o processo também é válido para quantias vinculadas a pessoas falecidas, mas apenas herdeiros ou representantes legais têm autorização para realizar a consulta. Para garantir a segurança nesse processo, é preciso preencher um termo de responsabilidade e seguir as regras estabelecidas pela instituição.
Atenção às Fraudes
Um aspecto que merece destaque é a segurança. O Banco Central tem implementado medidas de segurança para evitar fraudes, como a confirmação de identidade através de duas etapas. Para acessar o sistema, é necessário ter uma conta no gov.br, nos níveis prata ou ouro, e passar pelo processo de validação facial via aplicativo. A segurança é fundamental, pois muitos golpes e fraudes estão sendo aplicados na tentativa de roubar informações pessoais relacionadas a esses resgates.
Perguntas Frequentes
Quais são os primeiros passos para resgatar valores a receber?
Primeiro, acesse o site do Banco Central e consulte se há valores a seu nome. Caso haja, siga as instruções para solicitar o resgate.
É perigoso deixar dinheiro esquecido em bancos?
Sim, deixar valores esquecidos significa abrir mão de oportunidades de investimentos e potencial de crescimento financeiro.
Como saber se o dinheiro a receber é realmente meu?
Você deve realizar a consulta no site oficial do Banco Central. Caso identifique que o montante é seu, siga os passo a passo para resgatá-lo.
O que acontece se eu não resgatar o dinheiro?
Se não for resgatado, o valor será incorporado ao Tesouro Nacional e poderá ser complexo e demorado recuperá-lo.
Como posso garantir segurança ao solicitar meu resgate?
Aconselha-se usar a plataforma do Banco Central, que agora exige autenticação em duas etapas para maior segurança.
É possível consultar valores a nome de um falecido?
Sim, desde que você seja herdeiro ou representante legal da pessoa, pode consultar no site do Banco Central e seguir as instruções de resgate necessárias.
Conclusão
Resgatar valores esquecidos em bancos, consórcios e instituições financeiras é um passo importante para reorganizar suas finanças pessoais e fazer o seu dinheiro trabalhar para você. Com um cenário de bilhões parados, muitos brasileiros têm uma oportunidade em mãos, e tudo que precisam fazer é agir. Portanto, não deixe que essa quantia permaneça esquecida; busque seu dinheiro, invista-o sabiamente e comece a construir um futuro financeiro mais seguro e promissor!

Como editor do blog “Dinheiro Esquecido”, trago uma visão única sobre finanças digitais e tecnológicas, combinando minha formação em Sistemas para Internet pela Uninove com meu interesse em economia. Meu objetivo é fornecer insights e análises atualizadas sobre como a tecnologia está impactando o mundo financeiro. Junto com nossa equipe, buscamos oferecer aos leitores uma compreensão abrangente do universo das finanças.