Nova disputa das máquinas de cartão de crédito promete ser mais acirrada

O mercado de máquinas de cartão está passando por uma transformação nos próximos anos. De um lado, temos as empresas controladas por bancos, com capital fechado e flexibilidade para praticar preços mais baixos. Do outro lado, estão as empresas independentes desafiando o setor. Os conglomerados tradicionais enfrentam o desafio de integrar dois legados distintos, enquanto as empresas independentes precisam desenvolver ofertas bancárias para atrair clientes.

A competição entre os dois lados é mais equilibrada do que parece à primeira vista. A Rede, pertencente ao Itaú Unibanco, superou a primeira barreira ao assumir a liderança do setor em 2023, após a integração com o banco atingir as pequenas e médias empresas. Esse processo levou cerca de quatro anos, um período em que o mercado de cartões viu a chegada do Pix como concorrente. Mesmo assim, o mercado atingiu R$ 1 trilhão em transações no último trimestre do ano passado, e a Rede processou 23,6% desse volume.

Bradesco e Banco do Brasil buscam seguir o exemplo do Itaú ao tirar a Cielo da Bolsa, transformando-a em uma empresa sem acionistas minoritários. Isso permitiria, teoricamente, a prática de preços mais baixos. Para esses bancos, a adquirência deixou de ser apenas um negócio em si, tornando-se uma ferramenta bancária.

Empresas como PagBank, Stone e Mercado Pago continuam avançando no mercado de meios de pagamento. A PagBank lançou um banco digital em 2019, focando em comerciantes que usam as maquininhas PagSeguro. A Stone e o Mercado Pago têm metas ambiciosas para os próximos anos, buscando crescimento e lucratividade.

A integração com os grandes bancos é um desafio para as empresas líderes do setor. Para acessar os produtos e serviços dos controladores, é necessário uma integração completa. A liderança de mercado requer tempo e esforço, como demonstrado pelo processo da Rede. A Getnet também busca expandir sua atuação, firmado parcerias para distribuir produtos financeiros.

A possível saída da Cielo da Bolsa traz desafios adicionais, especialmente com o controle por dois bancos concorrentes. A parceria entre Bradesco e Banco do Brasil promete ser benéfica, seguindo o exemplo de outras empresas sob a holding EloPar. A busca é por uma maior parcela de mercado e crescimento financeiro em meio às mudanças do setor.