Multa de 40% do FGTS: Saiba mais sobre seus direitos e como funciona

Dentro do cenário trabalhista, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é uma questão essencial tanto para trabalhadores quanto para empregadores brasileiros.

Um dos principais questionamentos que surgem está relacionado à multa de 40% sobre o benefício trabalhista.

Neste artigo, vamos desvendar os detalhes sobre quem tem direito a essa indenização e em quais casos ela se aplica.

O Fundo de Garantia e sua importância

O FGTS, criado pela Lei 5.107/96, tem como objetivo fornecer segurança ao trabalhador em caso de dispensa sem justa causa. Isso é feito através da abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho.

Mensalmente, os empregadores depositam um valor correspondente a 8% da remuneração do funcionário nessa conta, em nome do trabalhador.

A multa de 40% sobre o Fundo de Garantia

A multa de 40% sobre o FGTS, conhecida como multa rescisória, foi estabelecida para oferecer ainda mais proteção ao profissional demitido sem justa causa.

O cálculo dessa multa é baseado no saldo integral da conta do Fundo do empregado no momento da demissão.

Direito à multa de 40%

De acordo com a legislação trabalhista brasileira, a multa de 40% deve ser paga ao profissional que for demitido sem justa causa. Esse direito é garantido pelo artigo 18 da Lei 8.036/90 e pela Constituição Federal.

Perda do direito à multa de 40%

Nos casos de demissão por justa causa ou de demissão voluntária por parte do empregado, o direito à multa de 40% é perdido.

Modelos de contrato e suas implicações

Após a reforma trabalhista de 2017, surgiram o contrato de trabalho intermitente e a demissão por acordo entre as partes.

Contrato de trabalho intermitente

No caso desse tipo de contrato, a multa de 40% não se aplica, uma vez que a relação de trabalho não é constante.

Demissão por acordo entre as partes

Na demissão por acordo entre empregador e empregado, o profissional tem direito a receber 20% da multa, não os tradicionais 40%.

Possível fim da modalidade de comum acordo

Vale ressaltar que a modalidade de demissão por acordo pode estar prestes a ser extinta. Em maio, a Comissão de Direitos Humanos aprovou um projeto de lei que revoga o artigo da reforma trabalhista que trata sobre essa forma de contrato. O projeto agora segue para a análise da Comissão de Assuntos Econômicos.

Cálculo da multa de 40%

O cálculo da multa é feito somando-se os depósitos feitos na conta do FGTS do profissional desde o início do contrato até a rescisão. Isso inclui os depósitos mensais realizados pelo empregador e rendimentos ocorridos ao longo do ano.

Exemplo de cálculo

Suponhamos que um trabalhador tenha atuado por 5 anos em uma empresa, com um salário mensal de R$ 3.000. O valor do depósito mensal é equivalente a R$ 240 (8% do salário). Considerando que esse cidadão trabalhou por 5 anos, ou seja, 60 meses, o valor total acumulado seria de R$ 14.400. Dessa forma, 40% desse total resultaria em R$ 5.760, que seria o valor da multa rescisória para o trabalhador.

É importante ressaltar que esse cálculo não inclui os rendimentos, e os saques realizados pelo trabalhador durante o contrato não impactam no valor da multa.

Conclusão

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço desempenha um papel fundamental na proteção dos direitos trabalhistas no Brasil. A multa de 40% sobre o FGTS é uma medida de segurança para os trabalhadores em caso de demissão sem justa causa. É essencial compreender os detalhes e as situações em que essa indenização se aplica, além de estar ciente das mudanças legislativas, como a possível extinção da demissão por acordo. Ao entender os cálculos envolvidos, os trabalhadores podem garantir seus direitos e ter uma visão mais clara sobre o valor a ser recebido em caso de rescisão.