A estratégia para gastar menos por impulso

As redes sociais têm se tornado, cada vez mais, um espaço repleto de oportunidades de consumo. Através dos influenciadores digitais, que compartilham suas experiências e opiniões sobre uma variedade de produtos e serviços, as marcas conseguem direcionar suas ofertas de maneira eficaz aos consumidores que estão mais propensos a efetuar compras. Porém, neste cenário saturado de publicidades e impulsos de consumo, surgiu uma nova tendência: o movimento “low buy” e “no buy”. Essa mudança no comportamento de consumo visa garantir um uso mais consciente e deliberado do dinheiro, com foco na sustentabilidade e no autocontrole.

O que é low buy?

O conceito de “low buy”, que pode ser traduzido como “baixas compras”, surgiu em outros países e ganhou força no Brasil, especialmente no início de novos ciclos, como a virada do ano. Essa prática tem diversas dimensões, incluindo a busca por um autocontrole financeiro, uma preocupação com a pegada ambiental e uma especulação sobre a saturação da vida digital. O low buy envolve todos os tipos de compras, desde itens de moda e beleza até livros e objetos de decoração, enfatizando a filosofia de “menos é mais”.

Esse movimento incita uma reflexão sobre a forma como consumimos. Inclusive, muitas pessoas que adotam esse estilo de vida comentam sobre a sensação de alívio que vem ao diminuir sua carga de consumo. É uma tentativa de focar no que realmente traz prazer e utilidade, eliminando a pressão de aquisições desnecessárias.

Compras por impulso

Um dos principais vilões do consumo consciente é a compra por impulso. Muitas pessoas fazem aquisições sem pensar, guiadas, frequentemente, por emoções e modismos. O planejador financeiro Jeff Patzlaff enfatiza que a tomada de decisões emocionais em relação ao consumo pode levar a gastos excessivos. É vital, portanto, que os consumidores possam distinguir entre desejos momentâneos e necessidades reais.

A emoção influencia não só a compra de roupas ou maquiagem, mas também a adesão a novas tendências, como gadgets tecnológicos. Quando as pessoas se veem frente a uma nova oferta, muitas vezes é o desejo de pertencimento ou a necessidade de validação que as impulsionam a gastar. Portanto, tomar decisões racionais pode ter um impacto significativo nas suas finanças e garantir que você faça escolhas alinhadas com suas metas e valores.

Por trás da tendência

O low buy não é apenas uma moda passageira; é parte de um movimento maior que reflete a insustentabilidade do consumismo desenfreado. Especialistas em tendências como Iza Dezon apontam que esse movimento é uma resposta ao que muitos percebem como “capitalismo selvagem”, que gera não só desequilíbrios sociais, mas também ambientais. Assim, o low buy se conecta com outras práticas, como “quiet quitting”, onde os trabalhadores buscam um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Além disso, a busca por menor exposição à vida online tem se tornado um fator relevante. Numa era em que a comparação constante é feita através das redes sociais, a pressão para manter um determinado estilo de vida pode se tornar opressiva. O movimento low buy propõe uma pausa para refletir sobre o que realmente importa e sobre como cada consumidor pode redefinir suas prioridades.

Compra por um clique

A comodidade das compras online, que permite adquirir produtos com apenas um clique, intensifica os gastos desnecessários. Para muitas pessoas, esse fator se transforma em um desafio à disciplina financeira. Cadastrar o cartão de crédito em diversas plataformas facilita compras impulsivas, levando a um acúmulo de despesas que poderiam ser evitadas. A dica de Jeff Patzlaff é simples, mas eficaz: evite manter o cartão salvo em aplicativos de compra. Cada passo que o consumidor precisa dar para concluir uma compra — como buscar o cartão físico — oferece uma oportunidade para reconsiderar a indevida aquisição.

O foco deve ser sempre em manter um equilíbrio e assegurar que a compra é realmente desejada. É essencial desenvolver um conhecimento mais aguçado sobre as suas próprias necessidades e desejos, e discernir entre eles para evitar um ciclo de compras impulsivas.

Estratégias para gastar menos por impulso

Incorporar a estratégia para gastar menos por impulso exige a implementação de algumas técnicas que podem ajudar a transformar o hábito de consumo. Uma abordagem consciente pode ser a chave para um consumo mais sustentável e equilibrado.

Foco nas metas

Definir metas claras pode ser uma motivação poderosa. Ao pensar em objetivos financeiros, como poupar para uma viagem ou um novo item de necessidade, fica mais fácil resistir ao impulso de compra. Essa preparação pode ser feita de forma simples, anotando as metas, tanto no formato físico quanto digital. A visualização de um sonho pode servir não apenas como incentivo, mas também como um lembrete de que cada compra desnecessária pode estar distendendo essa meta.

Liste suas prioridades

Fazer listas das prioridades e do que realmente se deseja pode ajudar a organizar a mente e garantir que você priorize o que os seus recursos financeiros devem ser direcionados. Ao colocar no papel o que importa, fica mais fácil visualizar as categorias que precisam de atenção e quais podem ser deixadas de lado.

Não está na lista? Espere para fechar a compra

A espera é uma ferramenta eficaz no controle das compras. Se algo não está na lista de desejos, coloque esse item no carrinho e espere pelo menos mais algumas horas para averiguar se realmente é necessário. Esse período de espera pode ajudar a separar emoções de necessidades reais, e muitas vezes os consumidores percebem que o desejo inicial já não é tão forte após um tempo.

Pergunte-se: Eu preciso? Tenho algo parecido?

Essas duas perguntas podem ser cruciais antes de decidir por uma compra. Avaliar as suas necessidades e verificar se já possui algo semelhante pode evitar aquisições desnecessárias e promover um consumo consciente.

Separe um valor no seu orçamento mensal

Definir um orçamento mensal para compras não essenciais pode ser um bom meio-termo para quem busca a estratégia para gastar menos por impulso. A TikToker Fifi Macedo, por exemplo, estabeleceu um teto de R$ 160 por mês para suas compras de beleza. Este limite permite que você ainda tenha alguma flexibilidade, mas ao mesmo tempo garante que não haja desperdício ou gastos excessivos.

Veja o quanto você economizou

Por fim, é importante reconhecer as conquistas ao manter o controle. Focar nas economias pessoais e em como essas economias estão alcançando suas metas pode servir de incentivo para continuar nessa jornada. Eventos especiais, como uma viagem ou a compra de um item desejado, se tornam muito mais gratificantes quando você se lembra de tudo que deixou de gastar sem necessidade.

Perguntas frequentes

O que é “low buy” e como ele funciona?
O low buy é uma prática que incentiva as pessoas a reduzirem suas compras a produtos que realmente necessitam, ajudando a promover um consumo mais consciente e sustentável.

Como posso evitar compras por impulso?
Definir metas financeiras, listar prioridades e esperar um período antes de realizar uma compra são algumas estratégias eficazes para evitar compras impulsivas.

O que devo fazer se não resistir a um impulso de compra?
Se esse comportamento acontecer, procure avaliar as razões que o levaram à compra. Refletir sobre as emoções que influenciam o consumo pode ajudar a evitar situações semelhantes no futuro.

Qual é a relação entre low buy e sustentabilidade?
O movimento low buy promove um consumo mais consciente, que leva em consideração o impacto ambiental. Consumir menos e de forma mais planejada ajuda a reduzir a geração de resíduos e o desperdício.

Como posso acompanhar minhas economias seguindo o low buy?
Manter um registro das despesas e identificar as compras não realizadas pode ajudar a ver o progresso nas economias. Usar aplicativos financeiros ou planilhas pode tornar essa tarefa mais fácil.

O que é preciso para desenvolver um consumo mais consciente?
É necessário um esforço deliberado para avaliar as próprias motivações de compra, adotar práticas e hábitos que priorizem a necessidade sobre o desejo e se educar sobre as consequências do consumo exagerado.

Conclusão

Em tempos nos quais o consumismo parece ser a norma, a estratégia para gastar menos por impulso se revela não apenas como uma alternativa viável, mas também como uma abordagem necessária. Ao adotá-la, você promove não só o autocontrole financeiro, mas também um estilo de vida mais sustentável e consciente. Tendo como base a reflexão sobre nossas vontades e necessidades, essa prática nos convida a olhar para nossa relação com o consumo de forma mais crítica e responsável. Portanto, ao implementar essas estratégias, você estará pavimentando o caminho para uma vida mais equilibrada e plena, ao mesmo tempo em que exercita a capacidade de fazer escolhas que realmente importam.